6 de junho de 2007

A importância de se chamar António

António de Oliveira Salazar



António Costa


Por vezes as terras pequenas saltam para a ribalta comunicacional em menos de nada. Assistimos diariamente a isso, veja-se a localidade da Praia da Luz, em Lagos, com o caso do desaparecimento da menina inglesa. Mas com o passar do tempo, a poeira assenta e essas localidades voltam ao seu remanso mediático. Mais raro é quando uma pequena localidade passa a figurar na história do país, ou porque aí nasceu uma figura incontornável da história política de Portugal, ou porque foi palco de acontecimentos que marcaram a vida em sociedade, por exemplo.
Santa Comba Dão, na Beira Interior, é exemplo disso. Foi berço do ditador António de Oliveira Salazar e, foi palco recentemente do primeiro caso de assassínio em série deste século em Portugal, alegadamente realizado por um seu habitante, António Costa, que por estes dias está a ser julgado no Tribunal da Figueira da Foz, sobre três jovens raparigas também de Santa Comba Dão.
Alguns vislumbraram analogias macabras, dizendo que se um tinha alegadamente assassinado só!? três pessoas, muitas mais tinha "assassinado" o ditador, ainda que por interpostas mãos. Santa Comba Dão que logo após o 25 de Abril era nome que se evitava pronunciar, foi com o dealbar do tempo erguendo a cabeça, chegando à actualidade com o firme empenho de musealizar o percurso do seu filho mais controverso: António de Oliveira Salazar.
Eu, apesar de tudo, se fosse santacombadense e se tivesse que optar, também teria mais "orgulho" que a minha terra fosse lembrada através do António, estadista, do que do António, ex-cabo da G.N.R.


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