22 de agosto de 2007

"Blogues proibidos", ou nem tanto (II)

O autor do livro "Blogues Proibidos", Pedro Fonseca - e a editora "Centro Atlântico" - tinha a obrigação, e o dever, de indicar de forma legível e sem subterfúgios, as funções reais que lhe couberam para que a referida obra visse a luz do dia. Não o tendo feito, sujeita-se a que sejam produzidos os mais variados juízos, que até poderão ser injustos, mas como não se preveniu, não pode estranhar.

O trabalho de Pedro Fonseca foi o de coligir, seleccionar e anotar os textos que se encontram no livro. Não está em causa o mérito do trabalho desenvolvido, pelo contrário. Os melhores textos literários da Humanidade só se tornaram grandes, graças ao trabalho similar àquele que Pedro Fonseca levou a cabo. Com uma diferença: a autoria desses textos originais está sempre bem identificada nos livros, assim como o trabalho posterior de selecção, notas, fixação, etc, etc., conforme os casos, realizado por outras pessoas, e nunca esquecendo de salvaguardar o que preconiza o Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos.

Pelas reacções de alguns dos autores dos textos dos blogues transcritos, alguns identificados, outros não, somos levados a crer que o código supracitado não foi cumprido.

A verdadeira responsabilidade de Pedro Fonseca na realização do livro, deveria estar indicada de forma visível e legível na capa, e principalmente na folha de rosto. A indicação, ainda que não explicitamente, na "Introdução" não desculpa o não se ter procedido como mandam as boas regras legais e de tratamento bibliográfico.

Os autores principais do "Blogues Proibidos" são todos os autores das transcrições, identificados ou não. Pedro Fonseca é autor também, não há dúvida, mas secundário.

Aliás no tratamento documental do livro, seguindo as Regras Portuguesas de Catalogação, a entrada principal vai para o título, porque estamos em presença de mais de três autores,  e a Pedro Fonseca cabe uma entrada secundária. Porque pese embora o facto de graficamente e intelectualmente isso não estar identificado no livro, os técnicos da área da catalogação seguem as regras.

Acredito, sinceramente, que Pedro Fonseca e a editora não agiram de má fé e com intenção dolosa. É daquelas coisas a que não se dá muita importância ou nem sequer se pensa nisso. Mas há que mudar comportamentos e acções de modo a que se cumpra a Lei.

Por fim, alerta-se para o facto de que a bibliografia e as fontes utilizadas não estão indicadas de forma sistematizada, no fim de cada capítulo ou no final do livro, em página identificada como tal. É uma falta e uma falha, já não legal, mas que mostra pouca consideração pelos visados e principalmente pelos leitores. Não basta solicitar o ISBN e o Número do Depósito Legal.

Hoje, com a proliferação de escritores e de editoras em Portugal, o resultado é, muitas das vezes, o nivelamento por baixo, e é pena relativamente a este livro, até pela temática em causa, que é de grande actualidade.

Tenho a certeza que Pedro Fonseca e a editora, em próximas edições, vão colmatar as deficiências e falhas detectadas. 

2 comentários:

Anónimo disse...

Aleluia!

José António Borges da Rocha disse...

Parabéns Poviléu.

Com efeito a Blogosfera começa a ser um Poder Incómodo: SAIBAMOS NÓS UTILIZÁ-LO PARA O BEM.

Que Deus nos inspire a isso e nos impeça de cair nos meandros da demanda e nas emboscadas que- POR CERTO - nos irão preparar.

Todo o cuidado é pouco.

Força Blogueiros, parabéns Poviléu