27 de março de 2009

Tr(i)unfos

O casal Gomes de Torres Novas, pais afetivos de Esmeralda, está a sofrer na pele o poder de destruição de que a comunicação social, e sobretudo a televisão, é capaz.

No princípio, o casal Gomes era endeusado por toda a comunicação social, com a SIC à cabeça. O pai biológico, o Baltazar era o mau da fita, a mãe biológica, Aidida, era tida como uma mulher de grande elevação face às circunstâncias que a levaram a dar a filha ao casal Gomes.

Hoje, tudo é diferente. Com a entrega da guarda definitiva da menina ao pai biológico, a par com a circulação da notícia de que Esmeralda se recusa a ver o casal Gomes, nas visitas temporárias que o tribunal estipulou, eis que essa mesma comunicação social, com a TVI à cabeça, pela voz do justicialista Hernâni Carvalho, vem dizer que afinal o casal Gomes é que foi o mau da fita deste caso, e como Aidida continua a relacionar-se com o casal Gomes, mostrou-se escandalizado por o tribunal ter decidido que a menina iria passar uns dias com a mãe biológica.

Como eu entendo Hernâni Carvalho. O problema naquela cabeça não é o facto de a menina ir passar uma semana das férias da Páscoa com a mãe biológica. O que o revolta é que ele sabe, e nós também, é que por essa via o casal Gomes vai ver a menina e contactar com ela. A TVI, como está muito preocupada com a saúde mental da criança, está aflita por esta forma indireta de Esmeralda aceder aos país afetivos, uma vez que tendo a menina recusado as visitas do casal Gomes se ela aceder a eles lá se estraga o arranjinho.

Hernâni Carvalho suporta-se - como no passado outros com outros protagonistas, sumidades da psicologia, da pedagogia, da assistência social, do direito - nessa grande, para ele, Ana Vasconcelos, que ele faz questão de referir que é pedopsiquiatra.

A senhora, que finalmente veio repor a verdade e que realmente se interessa pelo superior interesse da criança, é médica, psiquiatra de crianças, logo não se compara aos psicólogos e quejandos.

Pobre Esmeralda.

O casal Gomes serve de exemplo de como a manipulação da comunicação social é uma faca de dois gumes. Hoje estás comigo, amanhã estás contra mim.

O problema, infelizmente para a menina, é que quando as figuras públicas e as sumidades científicas estavam do lado do casal Gomes, e o Baltazar não tinha ninguém mediático do lado dele, o dito superior interesse da criança dizia que quem devia ficar com a guarda definitiva da menina seria o casal Gomes.

Demorou tempo, mas os poucos correligionários que Baltazar tinha só viram uma solução: lutar com as mesmas armas. Vai daí aparecem com um trunfo mediático, mas de “mais elevada categoria” aos olhos da opinião pública, a médica pedopsiquiatra: Ana Vasconcelos.

Ser médico, e mais a mais mediático, é outra loiça.

Pobre criança na mão desta gente.

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