4 de setembro de 2007

Portugal simplex

O governo de José Sócrates quer que os cidadãos não se furtem às suas obrigações para com o Estado e a sociedade. E vai daí, lançou mão de uma série de legislação por forma a que todos nós sejamos controlados, fiscalizados, sujeitos a cruzamentos de todos os actos administrativos, etc., etc.
Não pondo em causa a inevitabilidade de algumas medidas, pois estávamos a caminhar alegremente para o abismo e o descalabro, acabou por "pagar o justo, pelo pecador". Os excessos pagam-se sempre caro e os que já cumpriam acabam sempre por ser aqueles que pagam a dobrar.
Este desabafo vem a propósito de: se por um lado o governo quer ter mão no cidadão comum, por outro lado assiste-se a que, o mesmo governo não investe o que deveria para o país se proteger da grande criminalidade e não servir de santuário e refúgio para se cometerem crimes, que têm como último objectivo lançar ataques terrorristas noutros países: veja-se o caso da ETA em relação a Espanha e a Frente de Libertação Nacional da Córsega em relação a França.
Pergunta-se: será que o governo já se questionou por que motivo estas organizações terrorristas escolhem Portugal, e não outro país, para estas acções criminosas? Deveria preocupar-se seriamente, é que está em causa, para além da imagem externa do país, numa época em que se vive de imagens e de sound bytes, a credibilidade da justiça e dos serviços de informação e segurança de Portugal.
O nosso atavismo secular foi, e é, o de nos preocuparmos sempre com o telhado sem atendermos às fundações. Não há edifício que resista.

3 comentários:

Anónimo disse...

E já agora o problema dos seguranças, por enquanto do Porto e Lisboa, mas que já percebemos que é o mesmo em todo o território. Ninguém sabia de nada, ninguém sabe de nada e ninguém vai de certeza, ficar a saber de nada. Fosse uma multa de trânsito, ou uma declaração de IRS mal preenchida e já estava tudo "descoberto"

José António Borges da Rocha disse...

O que é curioso é que "eles" desde há muito que sabem do problema de "fundo" (basta citar Moita Flores) mas por questões económicas e pela cultura do nacional porreirismo adia-se, adia-se, deixa-se andar, epera-se que a coisa por si se equilibre, etc.

É o País (político) da Treta. O único no mundo onde o mandante (soberano) escolhe o mandatado (Representante) e este é que recebe o encómio do Poder: ou seja governa-se para si próprio (e para os seus correginários).

Calar é consentir e consentir é tão só ... acobardar.

FORÇA POVILÉU

José António Borges da Rocha disse...

Amigo Poviléu permita-me fazer um desvio à ordem do dia para deixar uma condolência a um dos Vultos Contemporâneos hoje falecido: L Pavaroti