11 de setembro de 2007

A mente humana: a última fronteira

O casal McCann, independentemente de ser culpado, ou não - acredito cada vez mais que sim, e num grau que ultrapassa qualquer racionalidade - contribuiu com todo o "espectáculo" que montou à volta do "desaparecimento" da sua filha, para aniquilar definitivamente a confiança na espécie humana.
Quero dar os parabéns ao Arrebenta do blogue As Vicentinas de Braganza, a primeira pessoa no mundo a dizer publicamente, imediatamente após o caso ter sido divulgado, que os McCann eram altamente suspeitos e que eram gente que não prestava, não só pelo seu comportamento e acção, mas também pelas ligações estreitas com o governo britânico, com a imprensa inglesa e com gente influente na sociedade britânica. Só assim se explica o acesso aos governos dos países por onde andaram e que culminou com a imagem pública absolutamente patética e chocante deles com o Papa, na Praça de S. Pedro, à luz dos acontecimentos presentes.
O Correio da Manhã transcreve, na sua edição de hoje, os seguintes comentários produzidos por alguns habitantes de Rothley, localidade inglesa onde vivem actualmente os McCann:
"Caroline não acredita nem deixa de acreditar na morte "horrível" de Maddie, o que a choca são "os privilégios de uma gente acima de qualquer critica". Prioridade de um primeiro-ministro acabado de chegar, "uma imprensa cega, assessores de imagem e honras quase de Estado" em todo o lado. "Não comento suspeitas da polícia portuguesa mas respeito-as, é bem diferente, diz Paul Arche. E Kate e Gerry "são pessoas comuns, tratem-nos como tal e deixem os portugueses trabalhar - que interesse teria a polícia?"
Os ingleses comuns, aqueles a quem a vida não lhes dá privilégios, começam a acordar da hipnose. Por cá também acordámos violentamente para a maldade que o ser humano pode cometer. E essa maldade é tanto maior, quanto mais ela é praticada sob a capa da bondade, do altruísmo e da beneficiência e apoiando-se em causas, essas sim, dignas do maior empenho de todos nós. Tanto em Portugal como no Reino Unido, há gente que se recusa a "acordar" porque a realidade a confirmar-se é de uma violência que ninguém está preparado para enfrentar e preferem voltar a "adormecer".
Aconteça o que acontecer, mesmo que o casal McCann consiga provar a sua inocência, eles não são definitivamente pessoas normais.
Nota: Alguns dos acusados do caso Casa Pia também tentaram empreender manobras do "tipo McCann", mas como em Portugal é tudo feito em cima do joelho não se deram tão bem como a Kate e o Gerry, embora para outros implicados no processo Casa Pia, mas não acusados, as manobras surtiram efeito.

1 comentário:

António Balbino Caldeira disse...

Tem inteira razão no que diz. Infelizmente, não nos basta a razão para que a mudança de comportamentos ocorra.