21 de setembro de 2007

Lágrimas de sangue

O Primeiro-Ministro do Reino Unido, Gordon Brown, tem uma predilecção por tudo o que é português: ora intromete-se no caso McCann, ora opina sobre José Mourinho, ora diz que se o facínora do Zimbabué, Robert Mugabe, vier a Lisboa para a cimeira União Europeia-África, ele não estará presente. E neste último ponto está coberto de razão.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, que a cada dia que passa vai mostrando a sua altivez e arrogância, diz que ainda não foram enviados convites aos dirigentes africanos para se deslocarem a Lisboa, em Dezembro próximo. No entanto a edição impressa, de hoje, do Público dá nota que Mugabe já fez saber que virá a Lisboa.
O Primeiro-Ministro britânico faz bem em não vir, caso Robert Mugabe venha a Portugal. Se esse facínora aterrar em Lisboa é uma vergonha e uma afronta a todos os portugueses que se batem por valores. E o mais grave é que essa afronta é feita pelo governo de Portugal, o que torna o caso ainda mais arrepiante.
Comparando o tratramento que este mesmo governo dispensou ao Dalai Lama, um Homem de Paz, e o que se prepara para oferecer a um assassino, diz muito do carácter daqueles que nos governam e que aparentemente Cavaco Silva também não está imune.
Quando observo toda esta situação a que Portugal, pela mão do governo de Sócrates, se presta perante a opinião pública internacional, aquela a quem os valores do que é ser humano ainda dizem alguma coisa, e comparo com aqueles que por cá se indignaram com o murro que Scolari aplicou no jogador sérvio, dizendo que esse acto tinha envergonhado Portugal pelo mundo fora, poderia dar vontade de rir. Mas não. Como português dá-me vontade de chorar de raiva, porque a letargia em que estamos mergulhados, faz com que não nos atendemos ao essencial, àquilo que verdadeiramente importa lutar e combater.
Triste país que povo transportas e do qual saíram dirigentes tão miseráveis.

4 comentários:

Anónimo disse...

É triste sim, que homens com os mais altos valores humanos e com as melhores intenções, como o Prof. Dr. Cavaco Silva, se vejam presos nas teias da máfia maçónica que assola todos os poderes a nível mundial.
Temos que lutar contra eles, a nossa indiferença só os torna mais fortes.

Anónimo disse...

Mas ainda existe alguém que espere actos dignos desta gente? A base onde assenta a dignidade é o ser. É-se digno ou não. O que se faz revela aquilo que se é, ou seja, exteriorizamos o que somos. Podiam assumir máscaras nos seus actos mas não o fazem porque sabem que a maioria não vai sequer esboçar qualquer indignação.

José António Borges da Rocha disse...

Eu fui e sou um dos que criticou o Scolari, mas reconheço que a agressão e a sua conduta é uma milionésima quando comparada coma a agressão ao POVO PORTUGUÊS que o poder vigente se prepara para fazer com o Mugabe e que já iniciou com o Dalai Lama.

São uns merdas, cheiram mal por onde quer que passam e o povo jã nem lhes liga.


Saudação

Anónimo disse...

E os media continuam com uma agenda contra-corrente do que é verdadeiramente importante. Ontem, Pedro Santana Lopes, não quis continuar a entrevista após ter sido interrompido por um acontecimento de menor importância. Foi um sinal importante.

http://cafepuroarabica.blogspot.com/2007/09/os-acontecimentos-verdadeiramente.html

Honra seja feita aos blogues que prosseguem num desígnio de liberdade.