12 de abril de 2010

O Fim dos Fantasmas

Portugal, caso a Grécia precise, terá que se endividar 770 milhões de euros para que a zona euro não entre em colapso.

A Alemanha mostrou que está farta de ser o garante dos países do sul da Europa que não se sabem governar.

Os alemães, as novas gerações do pós guerra, acham que já pagaram demais pelos pecados que causaram ao continente.

Não podemos esquecer que a Grécia foi directamente atacada pela Alemanha e a Itália durante a II Guerra Mundial e poder-se-ia esperar que, mais uma vez, os fantasmas da agressão alemã fizessem que a Alemanha abrisse os cordões à bolsa, sem pestanejar, até à próxima.

Passados 65 anos sobre o fim da guerra, a Alemanha diz basta, mesmo a um país que directamente atacou.

Agora o que dirá se Portugal e a Espanha se juntar à Grécia, países que não entraram na guerra?

O que dirá o povo alemão se for chamado a acorrer a países dos quais não têm fantasmas?

A crise crónica das finanças públicas dos países do sul da Europa, integrados na zona euro, veio colocar aos europeus duas opções: ou o euro, tal como está em termos de regulação e de controlo tem os dias contados, ou então, se queremos mesmo ter um euro forte e competitivo, temos que seriamente pensar num governo federal europeu, pelos menos no plano económico e financeiro.

A ideia de construção europeia precisa mesmo de ser revista.

O tratado de Lisboa mal entrou em vigor já está obsoleto.

Penso que devemos ir começando seriamente a debater os contornos da constituição da Federação, ou Confederação, dos Estados da União Europeia.


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