O Marcelino, que é diretor do Diário de Notícias, recebeu ontem, em direto, um grande elogio desse que se chama Sócrates, na RTP1, na entrevista que José Alberto Carvalho e Judite de Sousa lhe concederam.
O Marcelino assim que acabou a entrevista, plantou-se na RTPN, juntamente com outros comentadores para apreciarem o desempenho do entrevistador Sócrates. Como o elogio que recebeu o deve ter deixado tão babado, digamos mesmo que à beira de um orgasmo jornalístico, só hoje, depois de recuperado, conseguir articular no seu jornal deste tempo sócretino, o agradecimento e a retribuição ao seu mestre de jornalismo, que por acaso também ocupa uma casa em São Bento, aquela que Miguel Sousa Tavares disse ser indigna de acolher Santana Lopes, e que quando Sócrates lá pôs os pés, o levou a afirmar que finalmente um inquilino decente por lá se instalava.
Vê-se.
O que se passou ontem na RTP1 deveria hoje levar Cavaco Silva a demitir esse sujeito. Como o não faz, Cavaco demonstra mesmo que, também ele, tem medo do tipo, e que as indicações, que Sócrates deu a Cavaco para se comportar, são para levar a sério. Caso contrário, já sabe que temos o caldo entornado.
As gerações que vivem hoje neste Portugal, mais miserável do que nunca, jamais tinham assistido a uma crise económica com resultados tão devastadores como aquela que agora se abateu sobre o país. Diz Sócrates, do alto da sua sapiência económica, que crises destas acontecem de 100 em 100 anos. O que ele não disse é que Portugal só tem primeiros-ministros como ele de 1000 em 1000 anos.
Desgraçados de todos nós por nos calhar logo em simultâneo estas duas probabilidades estatísticas.
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