28 de junho de 2007

À voz do dono

O Primeiro-Ministro só há uns dois meses a esta parte é que faz questão de responder às perguntas dos jornalistas no intervalo de visitas, em colóquios, nos corredores da Assembleia da República, etc. Antes, não permitia que os jornalistas se quer se abeirassem dele, e estes invariavelmente obedeciam e mais, se por ventura até conseguiam chegar perto faziam umas perguntas de "lana caprina".
A inversão do comportamento de José Sócrates produziu-se após as cenas recambolescas do seu percurso académico terem tido eco na televisão. Os assessores trataram de lhe fazer ver que, apesar de ele detestar, tinha que dar uma "atençãozinha" aos jornalistas, para o povo ver na televisão que ele até é muito sociável.
Os jornalistas portugueses estão tão "domesticados" que, a propósito da queixa-crime que José Sócrates lançou sobre o autor do blogue Do Portugal Profundo, não houve um que o inquirisse se efectivamente se confirmava a queixa, o que o tinha levado a apresentá-la contra António Balbino Caldeira e o que ele tinha a dizer àqueles que o acusam de, com o seu gesto, pôr em causa a liberdade de expressão?
Já não há jornalistas em Portugal. Há aprendizes de feiticeiro.

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