7 de junho de 2007

À rua


De todos os países que aceitaram entrar na zona Euro, Portugal é o único que empobrece a olhos vistos, com o beneplácito dos governos e pior ainda: com a nossa resignação. Nada nos move a sair de casa e a tomar conta da rua. Por mais que protestemos, as coisas só se resolvem na rua. Os políticos só mudam alguma coisa quando se assustam com a rua. Por mais que a comunicação social e a blogosfera "protestem", não chega para os demover.
O povo à rua é a única forma eficaz das coisas mudarem. O Banco Central Europeu está a arruinar o povo, sobretudo a classe média, que é quem sustenta os ricos e os pobres. O nosso governo nada faz e nós estamos anestesiados. Assistimos impávidos à nossa morte lenta. Às vezes esta pasmaceira revolta-me tanto que acho que não somos dignos de existir como povo. Assistimos a actos heróicos isolados, mas não chegam para mudar nada. O homem que entrou numa agência bancária e lá se barricou, porque o banco, com a protecção do governo, preparava-se para lhe roubar a casa, recusando-se a aceitar outras formas de renegociar a dívida, é um caso que nos devia envergonhar a todos. Porque o acto dele, pelo menos, para lá dos problemas judiciais que "arranjou", permitiu-lhe ficar com a casa, por agora. Mas quantos milhares e milhares de famílias ficaram sem a sua casa porque não tiveram a "coragem" e a força de cometer loucuras?
Somos mesmo uns bananas. Cada povo tem aquilo que merece. E nós pela nossa demissão colectiva para alterarmos as coisas, possivelmente, até temos demais.

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