21 de junho de 2007

Cuidado com os gémeos


O jornalista António Esteves Martins relatou no Telejornal da RTP 1 que, nas negociações do novo tratado constitucional europeu a decorrer em Bruxelas, na cimeira de chefes de estado e de governo da União Europeia e, relativamente ao número de votos que será atribuído a cada país, de acordo com o número de habitantes de cada um, a Polónia quer que sejam contabilizados os cidadãos polacos mortos durante a II Guerra Mundial, como se estivessem hoje vivos e, dessa forma aproximar-se do número de votos atribuídos à Alemanha que, possui o dobro da população polaca.
No fundo os gémeos polacos Kaczynski estão a fazer uma chantagem intolerável à Alemanha de hoje. O argumento é: "se vocês, alemães, não tivessem assassinado os milhões de cidadãos polacos [sobretudo judeus] durante a II Guerra Mundial, a Polónia hoje teria um número de habitantes equivalente ao vosso. Por isso exigimos o mesmo número de votos."
Que dizer perante isto? Talvez o melhor seja entrar em cena demógrafos e técnicos de estatística para calcular que populaçãpo cada um dos países teria, hoje, se não tivessem ocorrido guerras, desde o nascimento da cada um dos estados e nações, envolvendo os actuais membros da União Europeia. Veríamos qual a "verdadeira" dimensão da população polaca e com toda a certeza sairia a perder por comparação com a Alemanha.
A Polónia actual, sob o comando dos gémeos, na presidência e no governo, não tem espírito europeu e democrático. A Polónia entrou na Europa para se fazer pagar por todas as atrocidades e humilhações que sofreu no passado. Isso é inadmissível na Europa de hoje, que se quer democrática, representativa, solidária, em que a paz é tudo e que aspira a ser uma referência no planeta.

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