19 de maio de 2010

Os teutónicos

Fala-se, ou falava-se, muito no eixo Paris-Berlim na condução da Europa. Ora a França foi sempre secundária. A Alemanha dispôs-se a conceder à França umas migalhas de poder, que na actual crise não serviram para nada. A França já não conta desde 1940.

Com a Inglaterra auto-excluída da condução da Europa é a Alemanha que nos conduz. Mal ou bem estamos, nós, todos os europeus, nas suas mãos.

Se será mau ou não, ainda é cedo para saber. Uma coisa é certa: a Alemanha viu-se com este poder imperial sem o pedir. Foi-lhe entregue de mão beijada, por incompetência e desmazelo dos restantes europeus.

A Alemanha continua a ser para mim um caso de fascínio puro em termos históricos. Primeiro como foi possível fazer o que fez durante a II Guerra Mundial? Depois, no pós-guerra imediato, soube aguentar e calar a barbárie a que foi submetida por aqueles a quem tratou como coisas: russos, polacos, checos e franceses, numa primeira linha e ingleses e americanos, numa segunda. Ao mesmo tempo ergueu-se qual Fénix Renascida e chega passados só 65 anos, como de facto a única potência europeia imperial sobre o continente, sem que para isso fosse preciso derramar mais uma gota de sangue.

Pois, por isso não admira que os fracos que nada fizeram pela Europa se lastimem do poder que foi outorgado à Alemanha sem ela pedir. Mas é caso para perguntar: "Que seria de nós sem a Alemanha?"

É que ainda andam por aí uns parvos que acham que se pode construir uma Europa qualquer sem os alemães.


Sem comentários: