De ano para ano os lucros da banca, dos seguros e das grandes empresas implantadas em Portugal, sejam elas estrangeiras, e sobretudo portuguesas, vêm os seus lucros aumentarem de forma exponencial. Diria mesmo que os lucros que obtêm são profundamente escandalosos. Aumentam na proporção inversa ao rendimento disponível das famílias portuguesas, principalmente da classe média, daqueles que trabalham por conta de outrem, que sustentam os mais pobres e os mais ricos, e que, a cada ano que passa vêem o produto do seu trabalho contribuir para uns poucos enriquecerem mais e mais, enquanto o seu rendimento familiar vai diminuindo inexoravelmente.
No passado quando as famílias portuguesas viam os seus rendimentos diminuídos ou, pelo contrário, havia um aumento do rendimento, os lucros das empresas acompanhavam o mesmo ritmo, o que tinha lógica. A macro-economia reflectia a micro-economia e vice-versa. É o que se passa, ainda hoje, nos países desenvolvidos de democracia sã.
Da mesma forma víamos que nos chamados países do Terceiro Mundo e nos países governados por déspotas, o povo vivia na mais absoluta miséria, enquanto os detentores do poder e os seus correligionários, que controlavam as empresas desses mesmos países, tinham lucros fabulosos. Diziam-nos que a corrupção nesses países era endémica.
Hoje, em Portugal estamos em presença de quê?
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