Eduardo Prado Coelho morreu, hoje. A sua morte já se fazia adivinhar e, no entanto nunca estamos verdadeiramente preparados para a interiorizar.
Não conhecia Eduardo Prado Coelho pessoalmente. Limitava-me a conhecê-lo pelos seus escritos, que dizem: diz muito mais sobre uma pessoa, do que as conversas de ocasião num qualquer lugar.
No entanto sei de uma história que caracteriza a grandeza, a humildade e sobretudo o democrata que foi o ensaísta e o comunicador.
Conheço um indivíduo nas casa dos 50 anos de idade, esquizofrénico, mas de uma inteligência superior, como quase todos, que em tempos ao ler um texto de Eduardo Prado Coelho num jornal, resolveu escrever-lhe contestando a visão que ele expunha e ao mesmo tempo expôr os seus pontos de vista.
Eduardo Prado Coelho ficou tão agradado pela escrita deste meu conhecido, que empreenderam uma troca de cartas em que ambos travaram "lutas encarniçadas" sobre as diferentes correntes filosóficas.
Esta troca de correspondência durou algum tempo, mas o indivíduo num dos seus ataques resolveu queimar as cartas que Eduardo Prado Coelho lhe escreveu.
Tenho a certeza que no espólio do escritor as cartas deste meu conhecido lá estarão. Chama-se José.
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