Primeiro, no passado dia 26, no jornal Público e, depois, hoje, no seu blogue Abrupto, Pacheco Pereira veio dizer-nos, finalmente, e só por isso estamo-lhe todos agradecidos, quem é esse sr. Silva de que tanto ouvíamos falar, pela boca de políticos, comentadores, analistas e outros que tais, mas que aparentmente ninguém sabia quem era. E já estavámos a exasperar, porque o sr. Silva serve de exemplo para tudo e para nada, e ninguém o conseguia identificar. Já era sem tempo, porque "Silvas" é o que há mais neste país. Pois bem, esse tal "Silva" tem nome próprio: João. João Silva. Mas ficámos a saber mais: reside no Montijo, tem mulher (funcionária na autarquia local), tem uma filha de 5 anos de idade, e trabalha num dos tribunais do Palácio da Justiça, em Lisboa. Dito isto, presume-se que João Silva, no Montijo, com estes predicados, só existe um. Caso contrário, Pacheco Pereira acrescentaria mais um nome, próprio ou apelido, e se destes fosse curto, uma alcunha ou diminutivo por certo lhe apontaria. Assim, "João Silva" é de carne e osso, é unico, pelo menos lá para as bandas do Montijo. E para quem dizia que Pacheco Pereira era um homem cinzento, sem sentido de humor, enganou-se. O humor dele é refinado, rebuscado, nada brejeiro: "João Silva até é um homem moderno, não acabou o seu curso numa universidade privada, mas há-de acabar. Há-de ser advogado, ou melhor, jurista." Mas nós vaticinamos voos mais altos a João Silva: "Há-de ser Primeiro-Ministro". Montijo é na margem Sul e o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, afirmou que por aqueles lados, aquilo é um bocado desértico, virgem, digamos que "à espera de ser estragado". Pacheco Pereira diz-nos que João Silva foi morar para o Montijo porque, para além de melhores condições para se adquirir um apartamento, "razões "ecológicas", o Tejo, o campo, etc., etc." foram determinantes. Se assim não fosse, presumimos que o nosso João Silva escolheria fixar-se em Lisboa, ou em sentido lato: na margem Norte, e por aí ficar. Como se comprova, Mário Lino, estava muito lúcido e demonstrou conhecer muito bem a região. Os problemas do sr. João Silva começam é quando ele decide deixar a margem Sul e atravessar o Tejo para a outra margem. O trabalho a isso obriga. A travessia e a sua movimentação na capital é, até regressar ao remanso do seu lar ao fim do dia, o cabo dos trabalhos. No momento em que João Silva "pisa" a ponte Vasco da Gama, presume-se que se fosse a "25 de Abril" aconteceria o mesmo, começa o calvário: vigiado, espiado, seguido, registado, atormentado, a tudo isto, e o mais que por agora não sabemos, João Silva é submetido. Várias entidades, públicas e privadas, e mesmo indivíduos, alguns em tudo idênticos ao João Silva, prestam-se a essas "tarefas": polícia, Lusoponte, Brisa, Estradas de Portugal, EMEL, Multibanco, cartão de ponto do emprego, colegas de trabalho (superiores e inferiores hierárquicos), Internet (pelo que consulta e escreve), jornais (que lê, ou não). Querem saber tudo, mas mesmo tudo, o que o João Silva faz, ou não. João Silva é um alvo em movimento. Mas o mais interessante, ou não, é que João Silva não se apercebe do que lhe estão a fazer em toda a sua extensão. Quando lhe chega a multa de trânsito, aí apercebe-se que foi seguido e "catalogado", e que algo ou alguém sabe "coisas" da sua vida. João Silva não se queixa desta perseguição e devassa da sua vida pública e privada. Mesmo se o quisesse fazer, não saberia a quem, ou onde, se dirigir. Se optasse por expressar o que lhe vai na alma por estar a ser alvo desta infâmia, o quadro já de si negro, iria agravar-se ainda mais. Assim, optou por fazer chegar junto de Pacheco Pereira, não sabemos como, a sua história. João Silva pensou, e bem, que Pacheco Pereira estaria em óptimas condições para denunciar publicamente as provações e humilhações a que tem sido quotidianamente submetido. Se outros, milhões, que ele bem sabia, passavam pelo mesmo, tinham medo de "falar", ele falaria, nem que fosse por interposta pessoa. Pacheco Pereira, tal como outros, poucos, muito poucos, ainda conseguem fazer-se ouvir e denunciar estas atrocidades, sem que mal algum lhes aconteça. Até quando? Veremos. Mas João Silva está aterrado, digamos mesmo que, em pânico. Porque um socialista, sim um socialista do PS, como a sua mulher, de "cartão", poder vir a vencer as eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa. Este socialista também tem nome: António Costa. Um homem tenebroso, talvez o mais tenebroso de todos os que por aí andam. Esse homem é um amante da vídeo vogilância. É o seu passatempo preferido. Aquilo ja é patológico. Não bastavam as câmaras de vídeo nas estradas, agora, imagine-se, se ganhar as eleições, vai mandar colocar essas mesmas câmaras em todas as ruas de Lisboa, e ao que dizem algumas até poderão ser apontadas para os quartos das habitações. Isto é demais. E João Silva até já amaldiçoou as vezes, poucas é certo, em que votou no Partido Socialista. Não foi para "isto" que votou "neles". Às câmaras de vídeo vigilância nas ruas de Lisboa, irá juntar-se uma base de dados de perfis de ADN, com dados de pessoas condenadas a penas de prisão iguais ou superiores a três anos. João Silva ainda ouviu dizer que essa base de dados de perfis de ADN só conteria dados de pedófilos condenados, mas ele sabe de antemão como as "coisas" funcionam. Pedofilia é desculpa. Portugal até nem tem pedófilos. Sim, tem alguns indivíduos, estrangeiros sobretudo, que se metem com uns "miúdos". Mas isso é coisa de gente pobre, com pouca educação e cultura. Residual portanto. O governo quer é enganar-nos. Mesmo que essa dita base de dados fosse para os pedófilos, João Silva já adivinhava quem ia parar à base: arraia miúda. Assim como ele. Os "de cima" não iriam por certo engordar a base. É o costume. Ele até concorda, em tese, com essa base de perfis de ADN para os pedófilos, mas para todos: os "de cima" e os "de baixo". Só quem não tem filhos pequenos, ou netos, poderia ser contra a criação dessa base de dados. João Silva não seria com toda a certeza. Pois, se até tem um filhinha de apenas 5 anos de idade. Mas "eles" estão sempre a atirar-nos "areia para os olhos". Agora, esse António Costa e as suas câmaras de vídeo vigilância, espalhadas pelas ruas de Lisboa, é que fizeram João Silva perder as estribeiras. Logo ele que é de brandos costumes. Mas só de pensar que essas malvadas câmaras de vigilância o poderão "apanhar", depois de um dia árduo de trabalho, e na companhia de uns colegas de trabalho, de confiança até prova em contrário, a entrar na casa de "meninas", ali para os lados de Campolide, onde costuma ir para se divertir, causa-lhe suores frios. Essas câmaras de vídeo, no mínimo "apanham-no" a entrar, mas vá-se lá saber se também o não "apanharão" em cenas mais "íntimas". Quem ficar na posse das imagens de João Silva, em local que a sua mulher desconfia, mas que até ao momento não tem forma como provar, pode dar-lhe cabo da vida. Chantagem é o que mais teme. A família para ele está acima de tudo. O Estado saber mais da sua vida que a sua mulher até tolera, embora a contragosto, desde que esse mesmo Estado não utilize aquilo que sabe para estragar a harmonia conjugal. Nesse caso está disposto a tudo. E há que começar desde já a lutar. A denúncia pela boca de Pacheco Pereira insere-se nessa estratégia de João Silva. Na verdade as "câmaras do Costa" estão a tirar João Silva do sério. Ainda lhe custa a acreditar que esta coisa das câmaras seja ideia do António Costa. Logo ele, que já provou do veneno que lhe quer dar agora a provar. Será que o homem já não se lembra do caso de pedofilia da Casa Pia, em que foi escutado a manter conversas com pessoas que estavam a ser investigadas? Deveria estar escaldado, mas parece que não. É certo que no caso dele, tudo se resumiu a uma questão de voz, que embora não seja agradável, sempre é melhor que uma imagem. Então não dizem que: "uma imagem vale mais do que mil palavras"? João Silva espera que a denúncia pública de Pacheco Pereira inverta este estado de coisas, e que tudo volte à paz dos anjos. Isso é que o sr. João Silva mais desejava. Mas ele já ficaria satisfeito se, ao menos, António Costa não ganhasse as eleições. Poderia continuar a visitar as "meninas" sem problemas. Isso bastava-lhe. Pois se ele fosse como o sr. Pacheco Pereira nem se incomodava com essa coisa das câmaras de vídeo vigilância. É que pessoas como o sr. Pacheco Pereira estão imunes a essas "modernices". Sorte de "berço". Não é para todos. Ainda se tivesse nascido mulher, João Silva não se preocupava nem metade. É que esta perseguição do Estado à vida das pessoas tem um fraquinho especial por homens. As mulheres têm um grau de imunidade bastante superior a estas "intromissões" do Estado. Vá-se lá saber porquê. E depois temos a "ponte", essa maldita "ponte", a fazer a ligação entre esses dois mundos tão "estranhos". A nós, resta-nos fazer uma prece: que a mulher de João Silva não leia o Público, nem frequente o Abrupto, caso contrário, "aquilo" que tanto incomoda o sr. João Silva deixa de ter razão de ser. João Silva acaba de ser denunciado por aquele que ele julgava defendê-lo: Pacheco Pereira
27 de maio de 2007
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