Finalmente uma boa notícia para os portugueses. Sei que o ataque que o cidadão, e sobretudo na qualidade de Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, fez à liberdade de expressão passou ao lado da imensa maioria do povo português.
A justificação para tal é simples e só confirma que aquilo que moveu o Primeiro-Ministro a intentar um processo judicial contra António Balbino Caldeira, do blogue Do Portugal Profundo, e que este último deu voz pública, é verdade, ontem como hoje: "centro governamental de comando e controlo dos media".
Os media em Portugal são um foco de "capelismo" do pior que há. Se assim não fosse, este caso teria indignado a classe jornalística, da mesma forma que muitos representantes dessa classe se mostraram revoltados contra o novo Estatuto dos Jornalistas, da autoria deste governo de Sócrates, porque segundo eles a liberdade de expressão estava em causa.
Ficámos a saber que para a classe dos jornalistas a liberdade de expressão se resume à sua liberdade. A liberdade do cidadão comum, que não tem visibilidade nos media tradicionais, que não se move por entre a promiscuidade dos meios políticos com os meios jornalísticos, não lhes diz nada.
Estou curioso se esta derrota de José Sócrates será alvo de divulgação nos media tradicionais e em que termos.
Sócrates é fraco, muito fraco, mas potencialmente perigoso. Cresce para os desprotegidos, o cidadão comum, mas encolhe-se perante aqueles, que ocupam o espaço mediático tradicional e que são assimilados, visualmente, entenda-se, pelo povo, que o acusam de factos e de comportamentos muitíssimo mais graves do que aqueles que António Balbino Caldeira o acusou.
Não fora o arquivamente pelo Ministério Público desta acusação torpe e o medo em Portugal alargar-se-ia. Foi contido, mas ainda não debelado.
Há que manter a vigilância e não baixar a guarda.
Nota: Num país normal, esta decisão do Ministério Público tinha consequências políticas. Mas Portugal há muito que deixou de ser normal.
2 comentários:
"Sócrates é fraco, muito fraco, mas potencialmente perigoso. Cresce para os desprotegidos, o cidadão comum, mas encolhe-se perante aqueles, que ocupam o espaço mediático tradicional e que são assimilados, visualmente, entenda-se, pelo povo, que o acusam de factos e de comportamentos muitíssimo mais graves do que aqueles que António Balbino Caldeira o acusou."
Cobarde, meu caro, é a palavra certa. Os mestres do "zen em movimento" dizem que é sempre preferível enfrentar um adversário poderoso mas leal, do que um cobarde ainda que fraco.
É grande, contudo, a angústia dos cobardes: vivem permanentemente com medo.
Caro Paulo
Muito obrigado, uma vez mais, meu Amigo, pelo seu apoio fraterno sempre firme e activo. Esta é uma vitória colectiva, sópossível pelo tamanho e energia da nossa indignação.
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