Mário Soares, no seu artigo "Apelo à cidadania", publicado hoje na revista Visão, vem apelar à cidadania europeia, especialmente aos jovens "Erasmus", para que pressionem os respectivos governos a mudar de modelo económico e social.
Até aqui nada a obstar, no entanto Mário Soares a propósito da "tragédia grega" e na qual Portugal também faz parte, vem culpar a Alemanha, por esta não estar disposta a abrir os cordões à bolsa como tem feito até aqui desde que entrou, como membro fundador, para a então CEE.
Soares apela para que não deixemos a Alemanha isolar-se, por forma a evitar que os velhos demónios da dominação alemã regressem.
Soares, como socialista dos quatro costados, não critica o despesismo e o facto de os alemães estarem fartos de trabalhar para os ociosos do Sul gastarem à tripa forra, o que o atormenta é que fechem a torneira e com isso a miséria se instale de vez.
Soares ainda receia com o facto de os alemães quererem "terra" se ficarem isolados.
A Alemanha do século XXI quer é deixar de ser a vaca leiteira, mas isso não significa que queira abandonar a Europa.
A Alemanha quer é que os bezerros deixem de mamar, pois já têm idade para ir à vida, mesmo com a mãe por perto.
Soares quer que a Europa mantenha um relação de comensalismo com a Alemanha, como até aqui, mas que ele interpreta como solidária. Nada mais errado.
A solidariedade na Europa só será uma realidade quando todos os Estados viveram uma relação de simbiose, só aí a solidariedade será real.
Soares comece por aplicar aquilo que pede aos jovens junto do "seu" governo nacional e depois talvez tenha autoridade para criticar a Alemanha.
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